Between thought and expression lies a lifetime

     Eram 13h do último sábado, quando estava sentado no terraço do Mercado Público de Pelotas, dividia uma cerveja com dois amigos também fotógrafos e calorosamente conversávamos sobre fotografar pessoas sendo elas mesmas, se divertindo e literalmente, fazer subirem pelas paredes. Já dizia Leminski lá na década de 80 - "Espero que todos se divirtam, não há muito mais a se fazer nesse mundo" - e porque seria diferente, né não? Posar para um fotógrafo pode se tornar chato se você não está acostumado, não está vestindo algo que gosta e normalmente costuma vestir, não está em um lugar que tenha qualquer sentido pra você e que te faça sentir bem, com alguém que te faça sentir especial. Não é essa a experiência que você quer guardar né? Também não é a que quero fotografar. Hoje me dedico muito mais a mostrar valores e amores reais do que me preocupar com a estética simplesmente. Bonito mesmo é um gesto autêntico de amor, atenção e carinho pelo outro.

     Nesse mesmo dia havia combinado com um casal de fazermos umas fotos no final de tarde. Laura e Otávio, os dois de Pelotas também, mas que moram em Porto Alegre faz um tempo. Eles vão se casar em uma vinícola próxima a capital, em setembro e queriam fazer algo que marcasse essa época pré-casamento. Depois de conversarmos pessoalmente e pelo Facetime, inspirado também pelo papo de horas antes, saí com esse casal alto astral pela cidade e simplesmente deixei ser. Minha única vontade era de mostrar aquilo que eu tinha entendido dos dois e curtir cada instante junto com eles, apenas observando seus gestos, suas expressões...

     ... e dançamos até o sol se pôr.